Será que é necessário encontrar uma fórmula mágica para o ensino de Língua Portuguesa?
Ao longo dos meus 14 de magistério (rede pública, privada e aulas particulares), lecionando Português, Literatura e Francês, fiz especialização, mestrado e doutorado, participei de vários congressos com discussões a respeito do ensino da língua materna. Mas, afinal, será que existe algo de inovador a ser descoberto? Ou será que a resposta está ao nosso lado e não queremos vê-la (assim como o outro “pedaço da laranja”, a nossa tão almejada “cara-metade”)?
Hoje, com o avanço tecnológico, muitas pesquisas têm sido realizadas para verificar como utilizar os diversos recursos na prática pedagógica e quais são as suas contribuições. A questão é: isso basta? Não podemos nos esquecer de que para inseri-los no quotidiano é preciso disponibilizarmos mais tempo para a elaboração das aulas. E não deixarmos o conteúdo em segundo lugar em prol da ferramenta. O que se observa é a preocupação demasiada em dominá-los para tornar as aulas mais atrativas. Contudo, isso é um perigo, pois a forma não deve sobrepor jamais, para que não haja comprometimento da construção do conhecimento mais efetivo e estimulante.
Quanto ao conteúdo programático a ser cumprido, o professor não deve abrir mão. O grande segredo para a melhora do ensino e o bom resultado em provas como ENEM e ENADE é a devida compreensão e interpretação de texto. É levarmos o aluno a entender, por exemplo, por que ele riu? Onde está o elemento desencadeador disso?; a perceber as inadequações, as ambiguidades de um texto, etc., a verificar a praticidade da matéria a ser tratada na sua vida (a sua função).
Nós, professores de Português, precisamos elucidar que a forma de se expressar (por escrito ou oralmente) depende da situação comunicativa. Dar dicas de como diferenciar adjunto adnominal de complemento, predicativo do objeto de adjunto adnominal etc. Trazer para a sala de aula questões de concurso sobre o conteúdo trabalhado para mostrar a abordagem vigente.
E, no que se refere à produção textual, estimular o hábito de leitura e de escrita de textos de diferentes tipos e gêneros. Propiciar condições para sua prática através de propostas de temas atuais e de provas de concurso. Afinal, só se aprende escrevendo.
O grande problema observado é: profissionais desta área do saber não levam seus alunos a produzirem textos, a resolverem questões discursivas e/ou a interpretarem textos porque a correção demanda muito tempo. Não será essa a chave do caos na educação?
O professor desta disciplina precisa ter consciência disso. Caso contrário, estará contribuindo para o fracasso do sistema educacional. A nossa disciplina é a base de tudo. É nela que todos nós nos expressamos e que construímos conhecimentos nas diversas áreas do saber. Devemos refletir sobre nosso papel na sociedade. E, além disso, se estamos dispostos a trabalhar arduamente para que os alunos superem suas dificuldades.
Enfim, não há mistério para nenhum para a melhora do ensino, visto que compete a cada um fazer sua parte devidamente. Eu faço, e, você, está fazendo? Reflita!!!! Se não está fazendo, não se disponibiliza a isso, então, pelo menos, contribui para o bem do próximo, não seja professor de Português.
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
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